sábado, dezembro 29, 2007
Clarice + Eu
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Ode ao cofrinho
sexta-feira, novembro 23, 2007
Nu
domingo, novembro 11, 2007
Sob efeito de narcóticos
terça-feira, novembro 06, 2007
Tapa com luva de pelica
terça-feira, outubro 30, 2007
O pequeno bicudo
sexta-feira, outubro 26, 2007
Somente um devaneio
Então apenas contornava essas partes do corpo com as mãos, desejando a possuir mais uma vez naquele instante, ao mesmo tempo em que as lágrimas lhe escorriam pelos olhos, e se sentia o mais satisfeito dos homens pela singeleza do que via. Era madrugada alta, apenas um barulho de carros indo e vindo, a prazos não contabilizados, e um cachorro desesperado que latia e fazia um eco que lhe percorria a espinha e provocava calafrios. O barulho de grossas gotas de chuva fazia um grande barulho no telhado, e receava que isso viesse a interromper o descanso daquela mulher e quebrar, como uma espécie de cristal que se partiria em mil pedaços, o encanto daquele momento, que por seu desejo se tornaria eterno.
Ah, como era deliciosamente santa e profana sua presença naquele quarto pobremente mobiliado. Ainda conseguia ouvir seus risos estrondosos ecoando pelas dependências da casa, seus passos macios arranhando o azulejo, seus olhos atentos a cada detalhe e arrumando aquela bagunça típica de pessoas desorganizadas, suas roupas cuidadosamente dobradas e colocadas em cima de uma cadeira. Reinava o mais absoluto silêncio naquela casa, mas no íntimo daquele moço vozes, e vozes, e mais vozes lhe davam uma espécie de ímpeto misturada com alegria e tristeza. Alegria pois ela, naquele momento, pertencia a ele, e tristeza pois ela partiria e não se sabia se a veria novamente, impelida pelos compromissos cotidianos que o relegavam a segundo plano.
Pôs as mãos nos bolsos e saiu a vislumbrar a tempestade que caía lá fora. Em alguns instantes as gotas de água molhavam seu rosto, cabelos e corpo, e sentia-se como numa espécie de catarse, ainda não conseguindo acreditar no que havia vivido minutos atrás. Sem se aperceber, colocou seus braços em perpendicular em relação ao corpo, pronunciando palavras ininteligíveis a qualquer curioso, mas percebia-se que fazia uma espécie de oração,na qual balbuciou: "Amém! Amém!!!!"Não se sabia mais se toda aquela água no seu rosto era somente fruto da chuva ou da felicidade que o invadia. Chovia muito. Alguns minutos depois, amanheceu, e ele voltou para dentro de casa embalar o sono daquela que lhe povoava os sonhos mais íntimos.
terça-feira, outubro 23, 2007
Alicerces Rompidos
sexta-feira, outubro 12, 2007
Vira o disco, cara!
segunda-feira, outubro 08, 2007
O Putrefato
quarta-feira, outubro 03, 2007
O moço calado
segunda-feira, outubro 01, 2007
Psicologia de um apaixonado
domingo, setembro 23, 2007
Uma conversa informal
quarta-feira, setembro 19, 2007
Algo sem importância
Não se sabe com qual intenção, mas o fato é que a porta estava apenas encostada e dentro da casa acontecia uma festa na qual surgiu nela a imensa vontade de adentrá-la e harmonizar com os participantes desta. Mas era uma penetra. Isto não a demoveu de seu intento.
Ela queria apenas se divertir, por algum tempo que fosse. E lá estava. Entrou e ficou olhando para o ambiente, as pessoas, sem saber direito como se portar naquele ambiente. Mas o fato estava se consumando, não podia mais voltar atrás. O que lhe restava era tentar aproveitar o lugar. A decoração do lugar não nos importa, muito menos o motivo de tal comemoração.Ela tinha alguma coisa em seus olhos que lembrava aqueles olhares melancólicos das mocinhas apaixonadas, ao mesmo tempo que irradiava uma alegria contagiante com seus movimentos não calculados, quando jogava seus cabelos, dançava, olhava para os cantos como que tentando se situar no ambiente ou mesmo quando respirava teatralmente. Mas poucos tiveram coragem de chegar junto a ela e entabular uma conversa, havia uma parede invisível entre ela e os demais.
Mas isso não impedia que fosse observada, desejada e fosse alvo de comentários sobre seu figurino não adequado ao momento.Mas estava vestida de forma tão singela que a simplicidade havia se tornado para ela uma arma de conquista, mesmo que ela não tivesse se dado conta do fato. Se sentiu enervada momentaneamente, surgiu uma vontade de ficar só divagando e ouvindo mentalmente suas músicas favoritas. Mas ainda se deteve por alguns instantes olhando ora para o infinito, ora para algumas pessoas aleatoriamente. Como que entorpecida, não conseguia se mover do lugar, enquanto um rapaz a seduzia de forma descarada e pouco criativa. Ela simplesmente sorria e nada respondia. Se sentia perdida naquele lugar. Mas sem que percebesse já havia deixado sua marca em todos os presentes ao evento.
Enfim saiu do lugar. Duas quadras depois, virou à direita. Apenas um senhor de meia-idade que limpava a calçada no alvorecer do dia a observava, sem se deter em demasia. Não se deu conta do que havia visualizado. Nunca mais foi vista. Mas sua presença e seu perfume inigualável foram lembrados por dias, meses ou mesmo anos.
sábado, setembro 01, 2007
É de pequeno que se começa a torcer o pepino
quarta-feira, agosto 22, 2007
Deixe de leseira, seu atoleimado
quinta-feira, agosto 09, 2007
Que qui tu qué, rapá? Queima u chão!!!!!!!!!!
domingo, agosto 05, 2007
Desabafo de um desmiolado
terça-feira, julho 17, 2007
Registro/SP
De qualquer maneira, gosto de viajar, conhecer novas cidades, e principalmente procuro observar pessoas, mesmo que no meio do caminho me embaralhe de tal forma que dificilmente consigo concluir um raciocínio que havia começado. Não percebi ali nada que chamasse em demasia a minha atenção, mas me chamou a atenção que a cidade só possui uma sala de cinema, em que os filmes obviamente chegam muito após seu lançamento nos grandes centros, não avistei nenhum teatro e apenas uma livraria, em grande parte com títulos de auto-ajuda e no momento em que passei na sua frente estava no estabelecimento apenas um rapaz, provavelmente o atendente ou mesmo o proprietário. Sim, ali tem uma loja das Casas Bahia na avenida central, que se chama Jonas Banks Leite. Belo nome, não?
Não que essa cidade seja a exceção, ela é a regra, infelizmente foi a minha conclusão. Por mais que me queixe do local onde resido, não posso desmerecer os méritos culturais que ela me oferece, proporcional ao seu tamanho e importância para o Brasil. Temos opções culturais para vários gostos e bolsos, e é isso realmente importante; que tenhamos a chance de escolher, por mais que a grande maioria frequente os bailes funk do Morro da Nova Cintra e o Pellikanos, com seu forró de gosto duvidoso. Estou bem informado das baladas regionais, por mais que não as frequente. Nem ouse dizer que estive alguma vez em tais lugares para saber o que ocorre lá. Notícia ruim corre mais rápido que almôndega na boca de criança obesa no almoço de domingo.