Hoje vou falar sobre uma das minhas grandes paixões, que é essa cidade maravilhosa que se chama Ribeirão Preto. Cidade de temperamento explosivo, diria que do sexo feminino, apesar de não possuir variadíssimas belezas naturais, às margens de canaviais e rodovias que a liga a diversos cantos do país, com suas avenidas largas e ruas calmas em alguns pontos, apesar do progresso. Dificilmente se consegue ficar passivo a essa cidade que cresce a olhos vistos e pode nos provocar as mais diversas reações a cada visita. Aliás, não somos nós que vamos a ela, e sim ela se achega a nós nos momentos em que lhe convém. Ribeirão Preto não faz questão de esconder sua pujança econômica, ao mesmo tempo em que nos mostra sua timidez, seu lado mais humano, principalmente nos bairros periféricos, onde se vive como na mais autêntica cidade interiorana e onde as benesses econômicas ainda não chegaram em larga escala. Ali somos figura integrante da paisagem, participamos de suas conquistas e, infelizmente, algumas catástrofes. Torcemos por ela tanto quanto pelo nosso time de futebol do coração, e não deixamos de nos indignar com a impetuosidade de alguns governantes que não olham por ela. Mas Ribeirão Preto passa por cima de todos que querem seu mal, e se sobrepuja sempre. Ela se recria, se reinventa, ela é misteriosa, sensual, envolvente, mutante, não se acomoda na mesmice e está sempre na vanguarda. Há sempre alguma novidade a ser vista nela, mas o que acontece muitas vezes é que não merecemos visualizá-la, ou não temos a sensibilidade nem o olhar para tal ato.
A cidade já ostentou vários títulos. O primeiro deles foi de "Capital do Café", devido aos inúmeros pés de café existentes na cidade e região do final do século XIX até meados do século passado, apesar da queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1930. Vale mencionar que foi o café que projetou a cidade nacionalmente. A cidade foi uma das primeiras do país a possuir calçamento nas ruas centrais, iluminação a gás, escolas de nível secundário, politico muito influentes na tomada de decisões que atingissem todo o país, e conta-nos a história que coronéis do período acendiam seus charutos com notas de dólares, estação de rádio, entre outros benefícios. E ela também foi chamada de "Capital da Cultura", em razão dos grupos de teatro amador existentes na cidade no final da década de 60, e também por ocasião no mesmo período da inauguração do Teatro Municial e do Teatro de Arena. Vale lembrar também a existência do Teatro Pedro II, localizado no Quarteirão Paulista, na Praça XV, que é considerado o 3º maior teatro de ópera do páis e tem uma arquitetura belíssima, remanescente da época áurea do café. Ah, e claro, não podemos nos esquecer da fama de "Capital do Chopp", que a acompanha até os dias atuais. Ela vem da qualidade da bebida produzida pelo Pinguim, choperia famosa nacionalmente. As razões pelas quais esse chopp é tão bom não sei dizer, até porque nunca o experimentei. Mas não é somente ela que faz o carro-chefe da cidade atualmente. O Chopp Time e a Cervejaria Colorado corroboram para a fama do município na excelência de seu chopp.
Ribeirão Preto hoje vive essencialmente do agronegócio e do comércio e serviços, comparados às grandes capitais. É a maior região sucroalcooleira do mundo e novos investimentos são feitos diariamente na cidade. Seus restaurantes, universidades, lojas e três shoppings centers atraem pessoas de toda a região e investimentos imobiliários de alto padrão são uma constante na cidade, sem esquecer de mencionar a recente construção do Distrito Industrial e a possível transformação do aeroporto Leite Lopes em aeroporto internacional de cargas, o que sem dúvida provocará um novo surto de crescimento na cidade.
Mas a cidade também tem problemas como qualquer outra do seu porte. A Avenida Francisco Junqueira e arredores sofre com as constantes enchentes em época de chuva, e o transporte público na cidade não é satisfatório. Quem mora na cidade sabe como é complicado se locomover nela sem a ajuda do automóvel. A carência de indústrias de grande porte também elevou as taxas de desemprego. A desigualdade social é marcante na cidade, existindo bairros com caxas luxuosíssimas, e periferias com condições de vida subumanas. A cidade também sofre muito com índices alarmantes de violência, se bem que há alguns anos atrás esse aspecto era bem mais visível. Ações concretas têm sido feitas na cidade com o intento de paliatizar a questão.
Nos anos 80, o jornalista Ricardo Kotcho produziu uma reportagem sobre essa região do estado, e a apelidou de "Califórnia Brasileira", por causa do dinamismo econômico encontrado ali. Pode-se dizer que desde então a cidade recebeu quantidade considerável de migrantes, sobretudo das regiões mais pobres do Brasil, o que aumentou as mazelas sócio-econômicas do país. Atraído pela promessa do Eldorado Brasileiro, essa população se alojou na cidade, que não pôde dar condições satisfatórias de moradia, saúde, educação, lazer e emprego a essas novas pessoas que chegavam em busca de melhores oportunidades. Hoje os ribeirão-pretanos (ou ribeirão-pretenses) rechaçam esse fama da cidade, e procuram minimizas os problemas causados pelo crescimento desordenado.
A famosa canção de Caetano Veloso diz que "acontece alguma coisa no seu coração, no cruzamento da Ipiranga com a São João", avenidas localizadas no centro de São Paulo. Eu acho que sinto a mesma coisa ao passar pelo cruzamento da Avenida Independência com a Presidente Vargas...
A cidade já ostentou vários títulos. O primeiro deles foi de "Capital do Café", devido aos inúmeros pés de café existentes na cidade e região do final do século XIX até meados do século passado, apesar da queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1930. Vale mencionar que foi o café que projetou a cidade nacionalmente. A cidade foi uma das primeiras do país a possuir calçamento nas ruas centrais, iluminação a gás, escolas de nível secundário, politico muito influentes na tomada de decisões que atingissem todo o país, e conta-nos a história que coronéis do período acendiam seus charutos com notas de dólares, estação de rádio, entre outros benefícios. E ela também foi chamada de "Capital da Cultura", em razão dos grupos de teatro amador existentes na cidade no final da década de 60, e também por ocasião no mesmo período da inauguração do Teatro Municial e do Teatro de Arena. Vale lembrar também a existência do Teatro Pedro II, localizado no Quarteirão Paulista, na Praça XV, que é considerado o 3º maior teatro de ópera do páis e tem uma arquitetura belíssima, remanescente da época áurea do café. Ah, e claro, não podemos nos esquecer da fama de "Capital do Chopp", que a acompanha até os dias atuais. Ela vem da qualidade da bebida produzida pelo Pinguim, choperia famosa nacionalmente. As razões pelas quais esse chopp é tão bom não sei dizer, até porque nunca o experimentei. Mas não é somente ela que faz o carro-chefe da cidade atualmente. O Chopp Time e a Cervejaria Colorado corroboram para a fama do município na excelência de seu chopp.
Ribeirão Preto hoje vive essencialmente do agronegócio e do comércio e serviços, comparados às grandes capitais. É a maior região sucroalcooleira do mundo e novos investimentos são feitos diariamente na cidade. Seus restaurantes, universidades, lojas e três shoppings centers atraem pessoas de toda a região e investimentos imobiliários de alto padrão são uma constante na cidade, sem esquecer de mencionar a recente construção do Distrito Industrial e a possível transformação do aeroporto Leite Lopes em aeroporto internacional de cargas, o que sem dúvida provocará um novo surto de crescimento na cidade.
Mas a cidade também tem problemas como qualquer outra do seu porte. A Avenida Francisco Junqueira e arredores sofre com as constantes enchentes em época de chuva, e o transporte público na cidade não é satisfatório. Quem mora na cidade sabe como é complicado se locomover nela sem a ajuda do automóvel. A carência de indústrias de grande porte também elevou as taxas de desemprego. A desigualdade social é marcante na cidade, existindo bairros com caxas luxuosíssimas, e periferias com condições de vida subumanas. A cidade também sofre muito com índices alarmantes de violência, se bem que há alguns anos atrás esse aspecto era bem mais visível. Ações concretas têm sido feitas na cidade com o intento de paliatizar a questão.
Nos anos 80, o jornalista Ricardo Kotcho produziu uma reportagem sobre essa região do estado, e a apelidou de "Califórnia Brasileira", por causa do dinamismo econômico encontrado ali. Pode-se dizer que desde então a cidade recebeu quantidade considerável de migrantes, sobretudo das regiões mais pobres do Brasil, o que aumentou as mazelas sócio-econômicas do país. Atraído pela promessa do Eldorado Brasileiro, essa população se alojou na cidade, que não pôde dar condições satisfatórias de moradia, saúde, educação, lazer e emprego a essas novas pessoas que chegavam em busca de melhores oportunidades. Hoje os ribeirão-pretanos (ou ribeirão-pretenses) rechaçam esse fama da cidade, e procuram minimizas os problemas causados pelo crescimento desordenado.
A famosa canção de Caetano Veloso diz que "acontece alguma coisa no seu coração, no cruzamento da Ipiranga com a São João", avenidas localizadas no centro de São Paulo. Eu acho que sinto a mesma coisa ao passar pelo cruzamento da Avenida Independência com a Presidente Vargas...
3 comentários:
eita
acho que vc ama essa Ribeirão mais que os propios munícipes hahahahahahaha
legal mesmo ter alguem para declara esse tipo de amor,já que muitas pessoas só sabem falar dos pontos negativos,vc ressaltou bem os dois lados da questão,a bela cidade mereceu uma declaração como essa.
Mais uma vez show de bola,
bebi esse texto como agua doce direto da mina,
bjokilisss
adorei
prefito Santos...
Mas C´est la vie.
beijos
Ed querido,
Apesar de ser Goiano, atualmente moro em Ribeirão, e seu texto sintetzou na íntegra o que representa esta cidade para todo o Brasil e a este rico interior (e diga-se de passagem, muita gente ainda o tem como fazendão - culpa da inocente ignorancia), cidade provinciana e cosmopolita, e quem não a conhecia antes depois de conhecê-la se surpreende. Sou uma destas pessoas.
Ribeirão é o Brasil que deu certo!
Abração!
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