sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Narcolepsia


Ultimamente tenho viajado bem mais do que o usual, conhecido lugares, pessoas, ambientes e situações antes inimagináveis ou então relegadas a um inconsciente muito profundo. Alguma probabilidade muito pequena de se concretizar. Mas, enfim, assim o foi. Não sei porque cargas d´água tinha a impressão de que quando viajo as fisionomias vão ser muito diferentes das que eu vejo cotidianamente nessa pequena esfera caiçara, onde não consumimos muito peixe, mas em compensação moramos em prédios tortos. Culpa da engenharia que não havia se dado conta do péssimo solo que possui meu nobre município de nascimento para comportar tais construções. Mas isso não vem ao caso agora.

Gosto muito de viajar, observar as cidades que vão se desenhando à beira da rodovia e pesquisar sobre ela, perceber suas mudanças e imaginar como seus habitantes se relacionam entre si, ou mesmo como vêem os viajantes que os avistam diariamente mas nada sabem sobre suas existências. Passei a acreditar que posso conhecer um pouco mais do homem somente observando o lugar onde mora. Algumas vezes dou a sorte de ver as pessoas andando pelas ruas próximas à rodovia, seja indo trabalhar, passear, trepar, vadiar, beber, falar da vida alheia, enfim,
nada mais corriqueiro do que se faz todo santo dia.

Aliás, o que se faz em todos os cantos desse mundo, não importando a forma muito menos o idioma em que se é feito. Mas se faz sim. Ah, se faz. Agora mesmo, enquanto escrevo essa sandice, tem gente fazendo algo. Mas fazendo o que? Ah, o inacreditável, o inimaginável, o santo e o profano, o mais puro e o deslavadamente descarado, e mesmo sendo mais comedidos, de luz apagados e sem ruídos.

Não importa se você vive em Uruguaiana ou em São Gabriel da Cachoeira, és homem ou mulher, partilha das mesmas ansiedades que eu, e, não vem ao caso se os fazes no 15º andar de um arranha-céu ou às margens de um riacho. Mas os praticar. E não estou me referindo abertamente a sexo, vis libertinos. Posso falar de cortar as unhas, escovar os dentes, se alimentar, ler, andar, trabalhar. Ou seja, o que bem quiseres. Só sei que fazes algo nesse instante, nem que seja coçar a cabeça e se perguntar o que leva um ébrio como eu a escrever tanta baboseira.

A resposta é mais simples do que imaginas. Eu só estava há alguns dias sem escrever nada nessa joça por pura falta de tempo e não sabia o que devia colocar. Pois aqui está, o trash em seu estado mais puro. Pode vomitar, se quiser. Eu deixo. Se também quiseres passar reto e não me dar um pão velho, também permito. Só não admito a omissão. Hunf para você também..