domingo, agosto 20, 2006

Nelson Rodrigues


Essas são algumas frases ditas por ele durante sua longa carreira jornalística e teatral:
"Não acredito em mulher honesta sem úlcera, a virtude dá azia, úlcera."
"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico. "
"Toda mulher bonita é um pouco a namorada lésbica de si mesma."
"A adultera é mais pura porque está salva do desejo que apodrecia nela."
"A fidelidade deveria ser facultativa."
"Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém."
"Há coisas na vida do indivíduo que ele não conta nem ao padre,nem ao psicólogo nem ao médium depois de morto."
"Se cada um soubesse da intimidade sexual dos outros, ninguém comprimentaria ninguém."
" A verdadeira posse é o beijo na boca, e repito: - é o beijo na boca que faz o casal ser único, definitivo. Tudo mais é tão secundário, tão fragil, tão irreal."
"A infidelidade é melhor do que a fidelidade ressentida."
Eis o nosso "anjo pornográfico", um homem que chocou no seu tempo pelas suas peças em que revelava o mais despurodrado que há no nosso íntimo e que muitas vezes não temos coragem de confessar a nós mesmos, menos ainda para os outros. Nas décadas de 40 e 50, em que moça não andava no carro de um rapaz solteiro sozinha, mulher não se entregava antes do casamento, motel era inexistente e encontros amorosos eram realizados no apartamento emprestado pelo amigo, ele chocou ao falar tão abertamente sobre sexo em uma sociedade que ainda tratava do assunto como sendo de outro mundo.
Nelson Rodrigues nasceu no Recife em 1912, em uma família de considerável poder aquisitivo e cujo pai já trabalhava na imprensa local. Aos 3 anos, seu pai se muda para o Rio de Janeiro por problemas de envolvimento político na sua terra natal, e leva a sua família junto algum tempo depois de instalado na então capital federal. É lá, durante a sua infância, que ele começa a observar o ambiente suburbano que daria inspiração para suas obras de caráter transgressor: os velórios feitos em casa, as senhoras solteironas e ressentidas, os maridos que sabiam das traições de suas esposas e nada faziam, as parteiras realizam seu serviço nas casas mesmo, as fofoqueiras nas janelas que viviam a vida observando seus vizinhos e funcionavam como uma espécie de rádio comunitária; enfim; tudo o que era usual e até hj em certo grau se encontra nas periferias de nossas grandes cidades. Não por coincidência que nas suas obras seus personagens do subúrbio vivam invariavelmente na chamada Aldeia Campista.
A vida de Nelson não foi um mar de rosas. Não foi somente uma vez que sua família viu-se em maus lençóis financeiros provocados por muitas razões. Começa a trabalhar aos 13 anos como repórter policial ganhando uma ninharia, mas fez disso seu ganha-pão durante toda a sua vida. Viveu durante anos a fio com muita humildade, a ponto de passar necessidade. Também sofreu de tuberculose, em uma época em que os recursos médicos eram mais escassos e, sendo assim, os doentes dessa moléstia iam tratar-se em colônias localizadas fora das cidades, no caso dele tendo sido internado duas vezes em Campos do Jordão (SP). Em 29 seu irmão Roberto foi assassinado por uma mulher da alta sociedade carioca que não gostou de ter visto publicada no jornal uma notícia sobre seu desquite. Isso provocou uma grande depressão em Nelson. E também ele teve uma filha chamada Daniela, isso algumas décadas depois, com graves problemas físicos e que por isso nunca pôde viver em sociedade e faleceu cedo.
Em 43 soube da notícia de que textos teatrais eram razoavelmente pagos, então ele teve a idéia de começar a produzir os seus como forma de aumentar seus rendimentos, o que ele sempre buscava fazer. Nascia asim um grande marco do teatro moderno, a peça "Vestido de Noiva". A peça foi encenada no Rio de Janeiro nesse mesmo ano sob a direção do diretor e ator polonês Ziembinsky, homem de muito conceito em seu meio. Não somente o texto, mas a própria cenograria era considerada por muitos uma loucura na época. Os jogos de luzes, os três tempos em que a peça se passava: a realidade, o delírio e a lembrança, fora o texto em si, tudo contribuía para que aquele momento fosse um divisor de águas no nosso teatro, que até aquele tempo nunca havia visto tal requinte e profissionalismo. "Vestido de Noiva" conta a história de Alaíde, moça que é atropelada e durante a operação para salvar sua vida se vê as voltas com uma confusão mental provocada por lembranças que ela não sabe distinguir se são reais ou fruto de sua imaginação. Ora se vê procurando e conversando com Madame Clessy, prostituta carioca do início do século XX assassinada pelo seu amante de 17 anos, ora se recorda da traição que sofreu do noivo com sua irmã Lúcia.
Outras peças de sua autoria são: O Anjo Negro, Engraçadinha (transformada em minissérie pela Globo em 95), Toda Nudez Será Castigada, Álbum de Família, A Falecida, Valsa nº 6, Dorotéia, Os Sete Gatinhos, Boca de Ouro, A Mulher sem Pecado, Senhora dos Afogados, dentre outras, sem contar suas crônicas de "A Vida como Ela é", seus livros escritos sob o pseudônimo de Suzana Flag, suas crônicas sobre futebol e outras coisas que desconheço. Nelson faleceu em 80, sendo que boa parte de sua obra já saiu dos livros e jornais para ser transportadas para a televisão e cinema.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Revista Realidade (1966-1976)


Criada pela Editora Abril em 66 com a intenção de formular uma revista mensal com uma nova linguagem, surge a Realidade, que veio revolucionar o mercado editorial de então. Em um país de menos de 90 milhões de habitantes, aproximadamente 45% da população analfabeta e o Brasil somente ultrapassando a população morando nas áreas urbanas da rural em 70: pois mesmo com esse quadro a revista chegou a ter uma tiragem de aproximadamente 1 milhão de exemplares.
Formulada com base no new journalism,criação norte-americana que havia sido lançada mais ou menos na mesma época de lançamento da revista, ela tinha como intenção o "mergulho" do répórter na matéria a ser escrita, uma vivência real daquilo que estava sendo redigido, para uma maior fidelidade do conteúdo desta. Essa era uma das bases do new journalism, a profissionalização do jornalismo, que até então era feita de uma forma bastante arcaica e com a utilização de muitas fotos e novo planejamento gráfico, mas sem perder a qualidade do que seria veiculado.
Com equipe de alto gabarito, composta por repórteres e fotógrafos, dentre outros profissionais, como José Hamilton Ribeiro, Paulo Patarra, Nelson di Rago, Paulo Henrique Amorim, Cláudia Andujar, David Drew Zingg, Geraldo Mori (que veio a ser assassinado em circunstâncias misteriosas em 68 por motivos por algum tempo desconhecidos), e com a colaboração também da grande jornalista italiana Oriana Fallaci, encarregada pelas matérias polêmicas de conteúdo internacional. Oriana quase morreu ao cobrir uma passeata no México também em 68, onde foi baleada próxima à espinha e presa.
A revista circulava mensalmente e teve algumas matérias que entram para a nossa história pela sua riqueza de detalhes, sempre com o repórter vivenciando ativamente aquela realidade. Merece menção a edição de janeiro de 67, que tinha como tema "A Mulher Brasileira de Hoje". Essa revista foi apreendida pela Justiça, sendo acusada de atentado ao pudor pelo conteúdo altamente inovador para a época. Sendo assim, poucos exemplares desta se encontram disponíveis. A edição contava, dentre outras matérias, com uma entrevista com uma moça de 20 anos que era mãe solteira e se orgulhava de sua condição (o que naquela época era considerado absurdo, pois a mãe solteira era execrada pela sociedade e classificada como prostituta); três depoimentos de mulheres desquitadas e como eram suas vidas sob essa condição, não se esquecendo de citar que o divórcio só seria aprovado em 77 e que mulheres desquitadas também era pessimamente vistas pelos olhos da moral vigente no período; a história de uma mulher que há vinte anos comandava uma empresa de confecção de calças femininas em São Paulo, lembrando que naquela época não era ainda comum encontrar mulheres em cargos de alta chefia no país; e a entrevista com a atriz Ítala Nandi, que deu suas opiniões acerca do amor, do seu casamento que não deu certo, de sua vontade de ser mãe apesa de ser separada, da virgindade antes do matrimônio, dentre outras afirmãções consideradas bombásticas. Isso sem esquecer da matéria instrutiva contando aos leitores nos seus pormenores como funcionava o sistema reprodutor da mulher.
Também merece ser citada a edição especial de Agosto também de 67, que tinha por tema a juventude brasileira da época. Já naquela época, os jovens tinham acesso ao pensamento estrangeiro em voga nos anos 60, a contestação social. Era a época da minisaia, dos rapazes de cabelos compridos, da psicodelia, da Jovem Guarda, dos Festivais da Tv Record, das drogas como o LSD, dentre outras inovações. Questionários distribuídos juntamente com a revista do mês anterior e que foram enviados de volta pelos leitores dessa faixa etária nos mostram o quanto a sociedade estava em choque; sendo que, de um lado estavam os contestadores de menos de 30 anos; de outro ainda a velha sociedade patriarcal. E alguns repórteres foram viver como alguns desses jovens: um deles se encarregou de viver um jovem operário de uma fábrica na periferia paulista, outra foi trabalhar como bancária também em São Paulo, outro foi conhecer os sonhos e a realidade da juventude no interior do país e mais outro foi vivenciar o cotidiano do jovem camponês em uma cidade no interior baiano. Disso saíram matérias que infelizmente não se vêem mais na imprensa contemporânea.
Em dezembro de 68, veio o AI-5, que cerceava as liberdades da imprensa. Acabava assim o breve período de ouro da revista Realidade. Ela ainda se manteve na ativa até 76, quando, por não poder discutir abertamente os assuntos necessários ao Brasil, e com a concorrência de revistas como a Veja, lançada em 68, e a Isto É, também de 76, se viu obrigada a fechas as portas já com muito do seu prestígio esquecido.
A revista mesmo depois dessa época teve muitas matérias de ótima qualidade, e com certeza ainda poderia citar alguns outros exemplos. Mas de qualquer forma vale lembrar o quanto essa revista foi importante na construção de uma imprensa moderna e atuante, e que esse exemplo possa ser seguido sempre que possível pelos nossos veículos de comunicação atuais.

sábado, agosto 12, 2006

Carcará



















Carcará
(João do Vale e José Cândido - trecho inicial: Missa Agrária, de Carlos Lyra e Gianfrancesco Guarnieri)
(Glória a Deus Senhor nas altura
E viva eu de amargura
Nas terra do meu senhor)
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome

Carcará
Mais coragem do que homem
Carcará
Pega, mata e come

Carcará
Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião

Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,

Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará come inté cobra queimada
Mas quando chega o tempo da invernada
No sertão não tem mais roça queimada

Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa no bico inté matá
1950. Mais de dois milhões de nordestinos viviam fora de seus Estados natais. 10% da população do Ceará emigrou. 13% do Piauí; l5% da Bahia; 17% de Alagoas.

Carcará
Pega, mata e come!

Essa música foi interpretada por Nara Leão pela primeira vez no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, em 64, logo depois do Golpe Militar. Nara Leão era uma das musas da Bossa Nova e havia se revoltado com o movimento por este ser formado essencialmente por jovens da Zona Sul carioca das classes mais abastadas, que cantavam músicas exaltando o mar, o sol, as belas mulheres cariocas, se esquecendo do restante da realidade. Que aliás era bem diversa da cantada pelos seus intérpretes. Apesar disso, a Bossa Nova foi um grande sucesso e levou a música brasileira ao exterior, como por exemplo a famosa canção "Garota de Ipanema", que exaltou Helô Pinheiro ao cargo de musa e consagrou o nosso Poetinha, Vinícius de Moraes, falecido em 80.
Nara Leão foi substituída no ano seguinte por Maria Bethânia, que havia acabado de chegar à cidade vinda de sua terra natal, Santo Amaro da Purificação, na Bahia. Maria Bethânia deu uma interpretação mais vigorosa dessa música, que se utiliza do pássaro cárcara; encontrado em abundância no sertão nordestino; fazendo uma analogia entre o animal e o sofrimento do povo do Nordeste em busca de uma vida melhor.
Não irei me aprofundar sobre o Teatro Opinião porque a minha intenção é falar o que senti ao ouvir essa música, e também porque me falta conhecimento, fora que, mesmo sendo um assunto recente, não existe muito material disponível para se falar sobre esse que foi uma das primeiras reações à ditadura militar, ainda na era pré AI-5, ou seja, havia uma certa liberdade para se contestar o regime.
Por mais que se fale que não, existe um preconceito muito grande em relação aos moradores que vivem no território brasileiro acima do estado de Minas Gerais (falando geograficamente pela minha ótica de cidadão nascido e criado no estado de São Paulo). Algumas partes do estado se referem a eles como Ceará, Paraíba ou baiano, generalizando uma população muito grande que provém de áreas muito diferentes do nosso Nordeste.
Desses 42 anos pra cá, desde que essa música começou a ser veiculada, a situação dos retirantes não se alterou tanto assim, se bem que de uns anos pra cá a migração tem diminuído consideravelmente, até porque São Paulo não tem mais aquele dinamismo econômico encontrado até a década de 80 e muitas indústrias se mudaram da região. Mas o que importa mesmo é refletir sobre a condição desse povo, que mora em uma região do país extremamente esquecida pelos nossos governantes e que tem índices sócioeconômicos alarmantes. DOm Pedro II já falava nas secas que assolavam o Nordeste no século XIX, e realmente pouquíssima coisa foi feita para reverter a situação de um povo forte, que não se rende às condições da natureza e sempre tem a esperança de que esse vai chover e eles vão poder ter um pouco mais de conforto.
É impressionante como em pleno século XXI ainda não se tenha utilizado formas de se servir da tecnologia em benefício daquela população, mesmo pela simples perfuração de poços ou outras medidas mais custosas, mesmo assim extremamente necessárias. Ou melhor, a grande explicação para isso está nos nossos governantes, pois, por mais que se diga que não, o coronelismo político ainda é fortíssimo na região, principalmente no interior desses estados. Deputados, senadores, governadores e tantos mais nomes pomposos para designar homens e mulheres que estão na alta esfera do poder teoricamente para ajudar o povo que o elegeu a estar lá. Mas o que se vê são que eles se utilizam dos recursos do povo em benefício próprio, aumentando ainda mais o fosso que separa a pequena classe social que detém um grande percentual da riqueza do nosso país da grande massa despossuída. Em contrapartida, a seca ainda destrói a vida de milhares de nordestinos diariamente.
Estamos em época de eleições. Sei que uma andorinha só não faz verão, mas espero que cada um de nós cumpra realmente seu papel como cidadão e não encare mais essa ida às urnas pensando "do que adianta, nada muda mesmo", pois, pensando dessa forma, estaremos perpetuando a desgraça desse população (e a nossa também, é claro) e fazendo com que essa elite continue no poder minando os nossos recursos e condenando os nordestinos ao contínuo ciclo de miséria. Que não nos esqueçamos dos Antônio Carlos Magalhães, José Sarney, Fernando Collor de Melo e muitos outros que há muitos anos comandam seus estados e não permitem que a população desses locais tenha esperança de melhores dias.

terça-feira, agosto 08, 2006

Zuzu Angel


Ontem fui ao cinema assistir Zuzu Angel, um dos grandes símbolos de uma das épocas mais malditas e sangrentas da nossa história, a famigerada ditadura militar. O filme por si só é bem didático, mas carrega em si toda a simbologia dessa época tão fascinante pra mim, principalmente na cena em que seu filho, Stuart Angel, fala junto com sua namorada sobre a revolução do povo e para o povo, que o capitalismo deveria ser combatido e estava em decadência. Era questão de tempo para a tomada do poder pelo proletariado, era o sonho de uma nova revolução cubana em solo brasileiro. Eram jovens sonhadores, que morreram por uma causa.
Mas o interessante mesmo no filme foi a vida de uma mulher que até que a questão da tortura batesse na sua porta não se preocupava com isso, dizia que não tinha tempo pra política. Mas quando seu filho foi preso e morto pelos militares a coisa mudou de figura. Da mulher que apenas se preocupava em fazer moda para o exterior e sobreviver da sua alta costura, passou a ser uma mulher engajada que lutou até a sua morte, cinco anos depois da de Stuart, pela justiça e ter ao menos o direito de poder enterrar seu filho (o corpo dele foi jogado ao mar e nunca foi achado).
Nos vemos em 1971. Zuzu já conquistou o mercado norte-americano com sua moda alegre e festeira. Mas após a morte de seu filho ela resolveu se servir dos instrumentos à mão como meio de denúncia do que realmente estava ocorrendo no nosso país. Roupas negras, com desenhos que nos davam a sensação de angústia, prisão. Foi assim, dentre outras formas, que ela denunciou e pagou com a própria vida por não ter medo dos militares. A conquista da Copa de 70, o milagre econômico, a construção da Transamazônica, da ponte Rio-Niterói, esses e outros artifícios usados pelo governo militar pra encobrir o que realmente estava acontecendo, a tortura e a morte de muitos reacionários em plenos quartéis, com apoio total e irrestrito dos grandes mandachuvas de Brasília. Assim muitos homens e mulheres perderam suas vidas nas mãos de uma corja tão maldita que não merece nem ser classificada como humana. Enquanto a população vivia sua vida normalmente, com apenas alguns sobresaltos como assaltos a bancos ou blitz rotineiras, a guerrilha urbana e mesmo a do Araguaia comia solta pelo país, sem grande apoio popular.
Zuzu Angel morreu assassinada em 76, no dia 16 de abril, às duas da madrugada, na saída do túnel Dois Irmãos, no Rio de Janeiro. Seu carro capotou após ser impedido por um automóvel com militares e ela teve morte instantânea. Durante 22 anos a resposta que se deu foi a de que ela dormiu ao volante, mas a família sempre soube que essa versão era mentirosa.
O importante é que tanto a sua morte como a de tantos outros não tenha sido em vão, que nunca nos esqueçamos desses que lutaram tanto para que hoje possamos ter essa liberdade que mal sabemos aproveitar. Sim, porque de certa forma ainda temos liberdade, pois com muito menos do que isso uma geração inteira fez história.
E o principal de tudo é que não nos curvemos a senhores que por estarem fardados e representarem o Exército, Marinha ou Aeronáutica se julguem os senhores absolutos da verdade. Que a ditadura nunca mais tenha lugar nesse país.



Filme Zuzu Angel