domingo, outubro 15, 2006

Aborto


Falar nesse tema é sempre complicado, pois a maioria das pessoas vê o assunto sob uma ótica do atavismo religioso e não reflete bem sobre o que realmente é o aborto, suas causas, consequências e possíveis desdobramentos na sociedade, mas é sempre pertinente que se cutuque na ferida e falemos sobre o que se tenta varrer para debaixo do tapete. É o tipo da coisa a qual buscamos ter opinião neutra, a menos que vivamos a própria na carne ou ao menos algum conhecido próximo, sendo assim fomos agentes da nossa própria história, tendo propriedade pra discorrer sobre ele.
Pois bem, no Brasil o aborto só é permitido em casos de risco para a mãe ou o feto e em situações que envolvam estupro, e mesmo assim pode acontecer de este nem vir a se concretizar devido à morosidade da nossa maravilhosa justiça, que só tem o nome mesmo, há muito tempo ela deixou de servir aos interesses da população e beneficia somente à nossa querida e afamada elite, que compra juízes, promotores e quem mais puder e o dinheiro permitir.
Os mais puritanos dizem que é pecado, só Deus tem o dom de dar e tirar a vida. Pois bem, Papai Noel existe e vêm trazer presentes para as crianças comportadas todo 25 de dezembro. Sejamos mais objetivos e menos fantasiadores. Pessoalmente sou favorável ao aborto em quaisquer condições pelo simples fato de que a mulher é dona do seu corpo, sendo assim deve usá-lo da maneira que melhor lhe convier. Essa é uma das características da dita democracia, e no nosso país esse direito que seria devido a elas não vêm sendo cumprido, ao menos sob as asas da lei. Países mais avançados na questão sexual, como Holanda e Suécia, possuem clínicas especializadas nisso que são mantidas pelo Estado. Clínicas de aborto existem aos montes nesse imenso território, mas somente as mulheres das classes mais favorecidas têm poder aquisitivo para bancar o alto preço cobrado por esses profissionais. As mais necessitadas recorrem mesmo às curiosas, que cobram preços mais acessíveis. Em contrapartida parcela considerável morre ou fica com graves sequelas em consequência da falta de higiene praticada por essas mulheres.
Sim, os métodos contraceptivos estão à disposição das mulheres nos postos de saúde e hospitais, mas o melhor método mesmo é a abstinência sexual. Quem não quer ter filhos, que não transe, é o mais seguro. Mas o desejo da carne fala mais alto, não há método 100% à prova de falhas, e nesses casos, elas assumem uma gravidez indesejada, sendo que em alguns casos elas não possuem as mínimas condições psicológicas muito menos financeiras para dar à luz a essa criança, sendo assim estaremos sendo perversos e perpetuando mais um ciclo de miséria na nossa nação, com crianças subnutridas e futuros homens e mulheres à margem da sociedade, sobrevivendo miseravelmente, inchando as nossas periferias, aumentando os índices de criminalidade, superlotando ainda mais nosso sistema carcerário e sobrevivendo de Bolsa-Família (olha o Lula lá de novo, peço encarecidamente: tirem esse canalha do poder, varram essa corja maldita do Palácio do Planalto). A taxa de natalidade entre as mais carentes é aproximadamente 3 vezes maior do que as mulheres em boa situação financeira. Isso é fato!
Falando assim posso parecer preconceituoso, mas não é essa a intenção. Falo dessa maneira porque acho urgentemente que se revejam os conceitos e o tema seja encarado como problema de saúde pública. Se bem que legalizar o aborto acarretaria uma reformulação do sistema de saúde pública, com infra-estrutura adequada às mulheres que desejam passar por essa intervenção e até psicólogos para tratar dessas mulheres, entre outros aspectos nos quais sou leigo. Mas, como tudo no Brasil, o buraco é mais embaixo, não se pode mexer em uma simples parede sem tocar no alicerce, e essa discussão ainda rende assunto para muitos debates.

2 comentários:

Anônimo disse...

oi Anjo,
assunto polemico esse em qualquer parte do mundo.
Sou a favor do aborto,mas prefiro apostar na educação das massas,em prevenção e responsabilidade que cabe a cada individuo,para evitar tomar uma atitude drastica e traumatica como essa,conheço quem fez aborto,sei que não é facil carregar esse peso pela vida a fora.
bjsss

Vivi disse...

HUm ....q tema heim?! sabe sou a favor ...mas ñ tão convicta...na verdade acho q ñ tenho argumentação suficiente...
Mas se fosse comigo q acontecesse ñ sei oq faria..essas clinicas q mais parecem um açogue talvez se fosse legalizado torna-se a pratica menos utilizada...bem o fato é q nunca parei p pensar oq faria...
como sempre um tema polemico tão bem escrito...
beijo