quarta-feira, setembro 19, 2007

Algo sem importância


Não se sabe com qual intenção, mas o fato é que a porta estava apenas encostada e dentro da casa acontecia uma festa na qual surgiu nela a imensa vontade de adentrá-la e harmonizar com os participantes desta. Mas era uma penetra. Isto não a demoveu de seu intento.


Ela queria apenas se divertir, por algum tempo que fosse. E lá estava. Entrou e ficou olhando para o ambiente, as pessoas, sem saber direito como se portar naquele ambiente. Mas o fato estava se consumando, não podia mais voltar atrás. O que lhe restava era tentar aproveitar o lugar. A decoração do lugar não nos importa, muito menos o motivo de tal comemoração.Ela tinha alguma coisa em seus olhos que lembrava aqueles olhares melancólicos das mocinhas apaixonadas, ao mesmo tempo que irradiava uma alegria contagiante com seus movimentos não calculados, quando jogava seus cabelos, dançava, olhava para os cantos como que tentando se situar no ambiente ou mesmo quando respirava teatralmente. Mas poucos tiveram coragem de chegar junto a ela e entabular uma conversa, havia uma parede invisível entre ela e os demais.


Mas isso não impedia que fosse observada, desejada e fosse alvo de comentários sobre seu figurino não adequado ao momento.Mas estava vestida de forma tão singela que a simplicidade havia se tornado para ela uma arma de conquista, mesmo que ela não tivesse se dado conta do fato. Se sentiu enervada momentaneamente, surgiu uma vontade de ficar só divagando e ouvindo mentalmente suas músicas favoritas. Mas ainda se deteve por alguns instantes olhando ora para o infinito, ora para algumas pessoas aleatoriamente. Como que entorpecida, não conseguia se mover do lugar, enquanto um rapaz a seduzia de forma descarada e pouco criativa. Ela simplesmente sorria e nada respondia. Se sentia perdida naquele lugar. Mas sem que percebesse já havia deixado sua marca em todos os presentes ao evento.


Enfim saiu do lugar. Duas quadras depois, virou à direita. Apenas um senhor de meia-idade que limpava a calçada no alvorecer do dia a observava, sem se deter em demasia. Não se deu conta do que havia visualizado. Nunca mais foi vista. Mas sua presença e seu perfume inigualável foram lembrados por dias, meses ou mesmo anos.


2 comentários:

Anônimo disse...

deliciosa história! inspiradora...

Unknown disse...

NOSSA!! que perfeito ... amei o tex nossa... sem palavras adjetivos q elogiem ... quem eh o escritor??..
amei a imagem tudo ... coloquei no meu album do orkut .. me emocionei amei .. de verdade intenso verdadeiro ... PERFEITO ..!!
TAYSSA CAMILA MAZETTO....