terça-feira, julho 07, 2009

Sobre o futuro


Não sei precisar quando será, mas esse dia chegará, quando o universo conspirará a meu favor e, ao pegar documentos ou papéis espalhados pela calçada, me depararei com sua mão e seu sorriso. Naquele momento saberei que precisava de ti, da tua lágrima, de sua voz e principalmente do seu corpo. Que juntamente com o meu será um só. Enquanto durar o que sentirei por ti, dançarei pelo jardim com uma euforia que nem sabia possuir em meu interior. Recitarei poemas no escuro enquanto dormes com uma satisfação inenarrável. Cozinharei comidas simples com sabor de banquetes faraônicos enquanto passarei meu pé pela sua perna, colocarei suas mãos entre as minhas e te dirão o quanto és importante para mim. Direi a meus amigos, conhecidos e familiares de ti como quem fala de uma pedra preciosa. Terei suas mãos entre as minhas, beijar-te-ei e nada direi, mas meus olhos serão mais que suficientes para expressar o processo irreversível que fizeste em meu ser.

Chorarei de saudades quando viajares a trabalho e se afastares de mim por três dias que sejam, esperarei o telefone tocar durante a tarde, quererei compartilhar com o meu próximo que a felicidade se faz por tão poucas coisas. Na hora do almoço, contarei os minutos restantes para que eu possa retornar à casa e te abraçar longamente, apenas sentindo esse calor que me faltou durante as longas horas sem ti. Fecharei os olhos e lembrarei de músicas que tocarão enquanto estiver a seu lado. Iremos ao cinema e jogaremos pipoca nas cenas em que a mocinha se declara languidamente para o não tão mocinho assim. Riremos feito bobos e contagiaremos todos os outros com nossa canastrice. Veremos uma criança na rua e dizer-te-ei com minha mão entre a sua: Eu quero uma assim, só nossa.

Ainda não tenho nada disso, mas um dia hei de ter e ser. Quando eu assim for, me serei a cada novo amanhecer e descobrirei não somente um amor, mas vários amores em um só. Não frequentarei mais casas noturnas nem beijarei somente pela necessidade física, pois não terei somente um corpo, mas dois. Dois beijos, quatro pernas e inúmeras necessidades. Seres, fazeres e quereres. Nesse dia eu direi que não passei incólume. E, se um dia fores embora, escreverei nesse mesmo blog que muito amei e também muito fui amado. Chorarei amargamente pelo que não tem mais volta, mas terei vivido e sido. Serei dois corações. E serei muito mais depois do amor.

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